Aurélio Augusto César
Faleceu a 30 de Janeiro de 1969 na Clínica do Bom Jesus, em Ponta Delgada, aos 76 anos de idade, Aurélio Augusto César, ilustre militar, enfermeiro, político, desportista e jornalista micaelense.
Nasceu a 24 de Novembro de 1892 na freguesia de São Sebastião, em Ponta Delgada. Enquanto Militar, assentou praça a 8 de Janeiro de 1909, como voluntário, no regime de infantaria nº26, em Ponta Delgada. Após um longo período de licença, voltou à efectividade do serviço a 1 de Maio de 1912, passando ao 1º Grupo de Companhias de Saúde a 1 de Abril de 1913. Frequentou com aproveitamento, em 1914, o 1º Grau do Curso de Enfermagem, na Escola do Hospital de Lisboa (Estrela). Foi destacado para a província de Angola, tendo embarcado a 27 de Maio de 1915 e chegado, a Moçâmedes, em Angola, a 15 de Abril do mesmo ano. Regressou a Portugal a 6 de Dezembro desse mesmo ano, desembarcando em Lisboa. A sua participação na 1ª Grande Guerra (1914-1918) foi descrita e avaliada pelo testemunho ocular do Coronel Rodrigo Álvares Pereira e pelo do Major Eduardo Reis Rebelo. Pelos serviços prestados ao Exército Português e à Pátria recebeu diversas condecorações: Cruz de Guerra 3ª Classe de 29 de Novembro de 1922; Cruz de Guerra 1ª Classe de 18 de Agosto de 1923; Medalha Classe Comportamento Exemplar de 22 de Maio de 1915; Medalha da Vitória de 30 de Outubro de 1919; Medalha de Louvor da Sociedade da Cruz Vermelha Portuguesa de 22 de Novembro de 1919. Termina o seu serviço militar, por incapacidade física, a 2 de Dezembro de 1919, com o posto de 1º Cabo.
Após regressar a Ponta Delgada, depois de servir em Angola, tornou-se membro do “Centro Socialista Antero de Quental”, conjuntamente, entre outros, com o seu irmão Manuel Augusto César. Em 1917, abriu o centro de enfermagem “Casa de Pensos de Aurélio César”, ao reconhecer a falta de meios humanos e materiais na prestação de cuidados de saúde, destacando-se no apoio voluntário de enfermagem no combate à gripe pneumónica “conhecida como a gripe espanhola” em 1918. Enquanto membro vitalício, desde Outubro de 1919, e cooperador ativo da delegação de Ponta Delgada da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha, foi agraciado por esta instituição com a Medalha de Serviços Distintos, a Medalha de Mérito e a Medalha de Agradecimento. Em 1954 recebeu a carteira profissional de enfermeiro, pelo Sindicato Nacional dos Profissionais de Enfermagem.
A nível sócio-político, tornou-se Secretário Interino da Junta de Freguesia de Santo António a 19 de Novembro de 1933, cargo que exerceu até 5 de Janeiro de 1941, e Presidente Interino da Comissão Administrativa da freguesia de Santo António a 2 de Janeiro de 1942. Para além disso, exerceu as funções de maquinista-chefe na Fábrica de Tabaco Micaelense e na Fábrica de Tabaco Estrela e de Professor na Escola de Desenho Viçoso May que, mais tarde, veio a dar lugar à Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada. Trabalhou ainda como repórter e jornalista no jornal «Correio dos Açores», onde começou a Março de 1922 e prestou serviços durante 32 anos. E por fim, como desportista, para além de ter sido guarda-redes da “União Sportiva dos Empregados do Comércio”, foi o criador do clube de futebol “O Esperança”.
O seu funeral realizou-se no dia 31 de Janeiro após a missa de corpo presente às 11h30 na capela da clínica do Bom Jesus, de onde seguiu para o cemitério de São Joaquim.