Cícero de Medeiros
Faleceu a 18 de Julho de 1967 no Hospital de São José, em Ponta Delgada, aos 61 anos de idade, Cícero de Medeiros, ilustre jornalista açoriano.
Nasceu a 21 de Dezembro de 1905 nos Fenais da Ajuda, concelho de Ribeira Grande, tendo sido emigrante no Brasil durante maior parte da sua juventude. Regressando aos Açores em 1920, matriculou-se no Liceu de Ponta Delgada e, ainda enquanto estudante, ao sentir uma paixão pelo jornalismo, começou a escrever para o “Correio dos Açores”.
O entusiasmo pelo jornalismo continuou, tendo sido, de 1926 a 1927, diretor do jornal “Mocidade Académica”, colaborador, em 1928, do jornal “Alma Nova”, e diretor, em 1933, da revista Ínsula. Em 1937, tornou-se chefe de redacção do jornal “Correio dos Açores”, do qual, mais tarde, veio a tornar-se proprietário e diretor, após o afastamento voluntário do seu antigo dirigente Dr. José Bruno Carreiro, no qual se dedicou a promover campanhas e iniciativas que marcaram o seu invulgar dinamismo. Em 1941, transacionou a direção do “Correio dos Açores” e, em 1944, fundou o jornal “Açores”, do qual foi diretor durante 22 anos consecutivos até ter sido obrigado a abandonar as suas funções por motivos de saúde. Este jornal tornou-se propriedade da empresa Impraçor e ,em Dezembro de 1993, foi convertido em revista pelo facto da empresa editar um outro jornal diário, o “Açoriano Oriental”. Foi ainda fundador da Gráfica Regional, da Tipografia Moderna e da Insular.
Foi um abnegado defensor da autonomia regional, tendo, a 23 de Outubro de 1945, publicado o artigo «Ecos da reunião no Cine-Jade dos democratas de Ponta Delgada» sobre a atividade do MUD distrital, que incluía um abaixo-assinado dirigido ao Governador Civil Dr. Aniceto dos Santos.
Em sua memória, o concelho de Ponta Delgada integrou o seu nome na toponímia de uma das ruas da freguesia de São Sebastião.
O funeral
O seu funeral realizou-se pelas 17h30 do dia 19 de Julho após missa de corpo presente na Capela de Sant’Ana, de onde seguiu para jazigo de família no cemitério de São Joaquim. O luto foi conduzido pelo Chefe do Distrito Eng. Vasconcelos Raposo, organizando-se para a carreta os seguintes turnos:
1º – Manuel Lopes de Sousa, João Estrela Tavares, Mário Machado e Manuel Marcos, seus antigos empregados.
2º – Manuel Ferreira, Fraga Brum, Victor Silva Pedroso e Dr. Silva Fraga.
3º – Dr. Carreiro da Costa, Dr. Manuel da Silva Carreiro, Comissário António Joaquim de Bairros e Professor João M. Quental.
4º – Visconde do Botelho, Francisco Tavares Sousa Teves, Nuno Botelho da Câmara, José Joaquim de Azevedo Oliveira Rodrigues.
5º – Dinis José da Silva, Manuel Inácio de Melo, João José de Medeiros, Prof. Manuel Jacinto de Andrade, seu filho, seu genro, o diretor e o chefe de redacção do jornal “Açores”, respetivamente.
A chave do ataúde foi conduzida pelo Sr. Dr. António Read Henriques, diretor do jornal “Correio dos Açores”.