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Dom Jaime Garcia Goulart, Bispo de Díli

D Jaime Goulart

Faleceu na Clinica do Bom Jesus em Ponta Delgada a 15 de Abril de 1997, aos 89 anos de idade, Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Jaime Garcia Goulart, 1º Bispo de Díli.

Nascido a 10 de Janeiro de 1908, em Candelária, Ilha do Pico.

Inspirado pelo exemplo do primo D. José da Costa Nunes, então Bispo de Macau, em 22 de Junho de 1921, com apenas 13 anos de idade deixa a sua terra natal para realizar o seu ideal missionário ingressando no Seminário de São José em Macau.

De 1930 a 1931, frequenta o Seminário de Angra do Heroísmo, onde a 10 de Maio de 1931 é ordenado Sacerdote, regressou de seguida à sua terra natal, onde celebrou a sua missa nova, na paróquia de Candelária do Pico a 15 de Maia. No mesmo ano regressa a Macau, e com  apenas 24 anos é nomeado missionário do Padroado Português do Oriente, continuando a sua actividade com secretário do Bispo de Macau, e leccionando no Seminário e no liceu local.

De 1933 a 1937 é coadjutor e depois superior da Missão de Solbada em Timor, fundando a 13 de Outubro de 1936 o Pré-Seminário de Nossa Senhora de Fátima. Transferido para Macau, a 8 de Setembro de 1937, volta a ser secretário do Prelado, professor no liceu e no colégio de Santa Rosa de Lima. Em 1940 regressa a Timor, sendo nomeado Vigário Geral das Missões de Timor em 22 de Janeiro de 1940.

Entretanto, pela bula Sollemnibus conventionibus, de 4 de Setembro de 1940, foi criada a diocese de Díli, sendo o padre Jaime Garcia Goulart nomeado a 18 Janeiro de 1941 como seu administrador apostólico. Desencadeada a guerra no Pacífico, a situação em Timor agudizou-se, primeiro com a entrada de forças holandesas e australianas e depois por uma brutal ocupação japonesa que obrigou em 1942 Jaime Garcia Goulart procurar refúgio na Austrália.

Terminada a Guerra, Jaime Garcia Goulart é nomeado  como primeiro bispo de Díli em 12 de Outubro de 1945. A sua Sagração Episcopal foi realizada a 28 de Outubro do mesmo ano, na capela do Colégio de São Patrício, em Sydney Austrália.

Deu entrada solene na sua diocese de Díli a 9 de Dezembro de 1945, encontrando-a devastada e com a maior parte das estruturas pastorais em ruínas como resultado da ocupação japonesa de Timor, que terminara alguns meses antes.

Como prelado de Timor, D. Jaime Garcia Goulart dedicou particular atenção à missionação e à formação de sacerdotes timorenses. Durante o período em que esteve à frente da diocese, o número de católicos na diocese passou de cerca de 30 000 para mais de 150 000 e o número de alunos das escolas missionárias passou de de 1 500 para 8 000.

Em 1952, foi agraciado pelo governo português pelos serviços prestados no Timor Português,  com o grau de comendador da Ordem Militar de Cristo.

Alegando cansaço e com a saúde abalada, D. Jaime Garcia Goulart pediu em 1965, a designação de um bispo coadjutor com direito de sucessão, tendo sido designado para tal D. José Joaquim Ribeiro, bispo titular de Aegeae. Instalado o seu sucessor, resignou  em 31 de Janeiro de 1967, permanecendo como bispo titular de Trofimiana. Manteria título até 27 de Janeiro de 1971, data em que o resignou, passando a bispo emérito de Díli.

Em Agosto de 1967 regressou aos Açores, fixando-se inicialmente na cidade da Horta, na ilha do Faial. Mudou-se depois a sua terra natal, onde dirigiu o Patronato Infantil da Casa de São José.  Motivos de saúde levaram-no a fixar residência junto de familiares na ilha de São Miguel, onde faleceu.

O funeral realizou-se para o cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada, após missa celebrada na Igreja Matriz de Ponta Delgada, por D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra.